quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Voltaire


François Marie Arouet (1694-1778), conhecido por Voltaire, foi um notável filósofo e escritor francês, com destacada atuação no Movimento Intelectual Iluminista, crescente na França do século XVIII.

Estudou no Collège Louis-le-Grand (1704–1711) e tornou-se fluente em grego, latim e nos principais idiomas europeus. Inicialmente, ele escrevia poesia e críticas brandas de forma satírica ao estado e à igreja.  Tornou-se popular entre a sociedade parisiense e logo atraiu a atenção dos censores.

Atuou como ensaísta, poeta, dramaturgo e historiador, sendo considerado um grande pensador. Foi preso e exilado diversas vezes por suas críticas à nobreza privilegiada e às instituições locais. Defendia as liberdades individuais, principalmente a liberdade do pensamento religioso e político.

Mesmo em um período de extrema censura, ele produziu mais de 20 mil cartas e cerca de 2 mil livros e panfletos. Condenava o Absolutismo e defendia a tolerância religiosa e a monarquia constitucional. As reformas deveriam ocorrer conforme os interesses da sociedade.

Em 1726, ele envolveu-se em uma briga com um nobre francês e, de forma arbitrária, foi exilado na Inglaterra. Iniciou a luta contra o sistema judiciário e após a primeira prisão nas Bastilles, ele alterou o seu nome para Voltaire. Por inúmeras vezes alterou o pseudônimo, na tentativa de escapar da censura.

Em três anos na Inglaterra, Voltaire sofreu a influência de escritores britânicos como William Shakespeare. Conheceu o sistema político baseado na monarquia constitucional, diferente da monarquia absoluta francesa.

Aprendeu com grandes cientistas, como Sir IsaacNewton e ficou impressionado com os pensadores escoceses do Iluminismo, como Adam Smith e David Hume.
Na França, ele escreveu cartas elogiosas ao sistema britânico de governo e destacou o seu respeito pela liberdade de expressão. Como esperado, o conteúdo não foi bem aceito pelo governo francês e Voltaire foi forçado a fugir de Paris.

Logo após, ele escreveu sobre as teorias científicas de Newton no intuito de popularizar suas ideias e iniciou o ataque ao relacionamento da igreja com o Estado. Defendia a separação entre ambos e a liberdade de crença e tolerância religiosa. 

Embora não defendesse uma religião, ele acreditava em Deus, por uma questão de razão. “O que é fé? É acreditar naquilo que é evidente? Não. É perfeitamente evidente para mim que existe um ser necessário, eterno, supremo e inteligente. Isso não é questão de fé, mas de razão”. 

Manteve contato com Frederico, o Grande, (Rei da Prússia) e foi convidado para o seu reino. Escreveu inúmeros artigos de natureza científica, mas logo provocou o descontentamento por satirizar os abusos cometidos pelo rei.

Em 1759, Voltaire escreveu a sua obra mais conhecida “Candide, ou l'Optimisme” (Cândido , ou O Otimismo), uma sátira à filosofia de Leibniz. Manteve-se atuante e sempre escreveu e apoiou minorias religiosas perseguidas. 

Escreveu em fevereiro de 1778: "Eu morro adorando a Deus, amando meus amigos, não odeio meus inimigos e detesto a superstição”. Foi secretamente enterrado e após três anos, em 11 de julho de 1791, ele foi trazido de volta a Paris e foi consagrado no Panteão. 

Voltaire destacou-se no Iluminismo com os seus estudos científicos e literários. Incluiu questões sociais e econômicas em debates públicos, em poesias ou peças de teatro; defendeu a expansão da educação e foi crítico mordaz dos abusos cometidos pelos governantes.


É considerado um herói francês e precursor da Revolução Francesa.

"A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça."

"O preconceito é uma opinião não submetida a razão."