domingo, 11 de fevereiro de 2018

Louis Braille



Nasceu na França em 1809 e perdeu a visão aos 3 anos de idade, quando brincava na oficina do seu pai e sofreu um acidente. O seu futuro foi comprometido, pois apenas os ricos ou os de alta posição tinham condições de receber educação e uma vida melhor. Os demais cegos viravam pedintes e vagavam pelas ruas.

A família morava na aldeia de Coupvray e seu pai comercializava arreios, sendo um grande fabricante de rédeas, selas e coleiras para os cavalos dos aldeões. Temendo pelo futuro do filho, ele decidiu ensinar as primeiras letras e logo percebeu o interesse do garoto pela alfabetização.

Frequentou a escola local e memorizava as lições do seu professor, mas não aprendia ler ou escrever. Ele precisava de uma escola especial para cegos e havia apenas uma escola na França, o Instituto Real para Jovens Cegos em Paris, 25 quilômetros de distância da aldeia.

Louis estava com apenas 10 anos e foi aceito pela escola, que custeou sua estadia e estudos. Era um edifício antigo e decadente. O local era úmido, escuro e os alunos recebiam pouca comida.

Apesar dessas limitações, Louis Braille desenvolveu grande habilidade com artesanato, com a música e fortaleceu o seu caráter bondoso. Foi possível aprender violoncelo e piano memorizando as anotações, mas não conseguia se desenvolver na escrita e na leitura. Os poucos livros eram elaborados a partir de letras formadas por peças de chumbo pressionadas em papéis pesados e encerados.

Quando o general Charles Barbier criou uma escrita militar baseada em pontos em relevo, os estudantes cegos receberam o novo método com entusiasmo.
Charles Barbier veio visitar o Instituto Real para Jovens Cegos e apresentou sua invenção. Ela era utilizada pelos soldados franceses para enviarem mensagens uns aos outros, durante a noite e sem precisar de luz ou ter que falar.

Consistia em uma ferramenta pontiaguda para fazer pontos e traços em papel pesado. Sua combinação proporcionava a formação de palavras e podia ser lida no escuro. O sistema parecia complicado e os soldados tinham dificuldade em sua utilização.

Da mesma forma, os alunos da escola tiveram dificuldade para aprender e usar, mas Louis ficou animado com um novo método de aprendizagem. Passava a maior parte do seu tempo livre estudando aquele sistema Após dois anos ele criou um novo código. 

Com apenas quinze anos ele conseguiu simplificar o sistema anterior e acrescentar números e sinais de pontuação em relevo. Era mais fácil para aprender e mais rápido para ler. Era possível tomar notas na sala de aula e reler sem precisar de terceiros.

Tornou-se  professor no mesmo instituto, sendo admirado por todos e passou muito tempo copiando livros nesse novo código. Não demorou para acrescentar símbolos que seriam utilizados no aprendizado de música por pessoas cegas.

Publicou um livro apresentando o seu novo código e em 1834 apresentou o seu código na Exposição da Indústria, realizada em Paris, mas sem boa aceitação por parte do rei francês.

Contraiu tuberculose e reduziu o tempo dedicado ao ensino. Mesmo ainda desenvolvendo ou aprimorando o se código, um novo diretor nomeado para o Instituto retirou esse novo método de alfabetização.

Apesar do desapontamento e saúde abalada, Louis Braille continuou escrevendo livros e músicas em seu sistema de pontos. Faleceu na cidade de Paris em 1852 e, dois anos após a sua morte, o governo francês aprovou o sistema chamado de "Braille".

 A partir de 1878, o sistema de leitura e escrita “Braille” popularizou-se em todo o mundo e com o apoio das Nações Unidas, o código foi adaptado para quase todas as línguas conhecidas.

Louis Braille morava em  Coupvray, França. Atualmente a sua casa é um museu em sua homenagem e destaca-se uma frase relacionada ao seu sistema de pontos em relevo: "Ele abriu as portas do conhecimento para todos aqueles que não podem ver".