Nasceu na França em 1809 e
perdeu a visão aos 3 anos de idade, quando brincava na oficina do seu pai e
sofreu um acidente. O seu futuro foi comprometido, pois apenas os ricos ou os
de alta posição tinham condições de receber educação e uma vida melhor. Os
demais cegos viravam pedintes e vagavam pelas ruas.
A família morava na aldeia
de Coupvray e seu pai comercializava arreios, sendo um grande fabricante de
rédeas, selas e coleiras para os cavalos dos aldeões. Temendo pelo futuro do
filho, ele decidiu ensinar as primeiras letras e logo percebeu o interesse do
garoto pela alfabetização.
Frequentou a escola local e
memorizava as lições do seu professor, mas não aprendia ler ou escrever. Ele
precisava de uma escola especial para cegos e havia apenas uma escola na
França, o Instituto Real para Jovens Cegos em Paris, 25 quilômetros de
distância da aldeia.
Louis estava com apenas 10
anos e foi aceito pela escola, que custeou sua estadia e estudos. Era um
edifício antigo e decadente. O local era úmido, escuro e os alunos recebiam
pouca comida.
Apesar dessas limitações,
Louis Braille desenvolveu grande habilidade com artesanato, com a música e
fortaleceu o seu caráter bondoso. Foi possível aprender violoncelo e piano
memorizando as anotações, mas não conseguia se desenvolver na escrita e na
leitura. Os poucos livros eram elaborados a partir de letras formadas por peças
de chumbo pressionadas em papéis pesados e encerados.
Quando o general Charles
Barbier criou uma escrita militar baseada em pontos em relevo, os estudantes
cegos receberam o novo método com entusiasmo.
Charles Barbier veio visitar
o Instituto Real para Jovens Cegos e apresentou sua invenção. Ela era utilizada
pelos soldados franceses para enviarem mensagens uns aos outros, durante a
noite e sem precisar de luz ou ter que falar.
Consistia em uma ferramenta
pontiaguda para fazer pontos e traços em papel pesado. Sua combinação
proporcionava a formação de palavras e podia ser lida no escuro. O sistema
parecia complicado e os soldados tinham dificuldade em sua utilização.
Da mesma forma, os alunos da
escola tiveram dificuldade para aprender e usar, mas Louis ficou animado com um
novo método de aprendizagem. Passava a maior parte do seu tempo livre estudando
aquele sistema Após dois anos ele criou um novo código.
Com apenas quinze anos ele
conseguiu simplificar o sistema anterior e acrescentar números e sinais de
pontuação em relevo. Era mais fácil para aprender e mais rápido para ler. Era
possível tomar notas na sala de aula e reler sem precisar de terceiros.
Tornou-se professor no mesmo instituto, sendo admirado
por todos e passou muito tempo copiando livros nesse novo código. Não demorou
para acrescentar símbolos que seriam utilizados no aprendizado de música por
pessoas cegas.
Publicou um livro
apresentando o seu novo código e em 1834 apresentou o seu código na Exposição
da Indústria, realizada em Paris, mas sem boa aceitação por parte do rei
francês.
Contraiu tuberculose e
reduziu o tempo dedicado ao ensino. Mesmo ainda desenvolvendo ou aprimorando o
se código, um novo diretor nomeado para o Instituto retirou esse novo método de
alfabetização.
Apesar do desapontamento e
saúde abalada, Louis Braille continuou escrevendo livros e músicas em seu
sistema de pontos. Faleceu na cidade de Paris em 1852 e, dois anos após a sua
morte, o governo francês aprovou o sistema chamado de "Braille".
A partir de 1878, o sistema de leitura e
escrita “Braille” popularizou-se em todo o mundo e com o apoio das Nações
Unidas, o código foi adaptado para quase todas as línguas conhecidas.
Louis Braille morava em Coupvray, França. Atualmente a sua casa é um
museu em sua homenagem e destaca-se uma frase relacionada ao seu sistema de
pontos em relevo: "Ele abriu as portas do conhecimento para todos aqueles
que não podem ver".