A célula Braille compreende a combinação de até seis pontos, dispostos
em duas colunas e três linhas, podendo formar 63 símbolos. Cada posição é
destacada em relevo e representa um determinado caractere do alfabeto ou um
número específico.
A Figura 1 fornece a base para o estudo da escrita e leitura
Braille. Na primeira coluna temos os números 1, 2, 3 e na segunda coluna temos
os números 4, 5 e 6. Os números 1 e 4 estão na linha 1; os números 2 e 5 estão na linha 2; e os
números 3 e 6 estão na linha 3.
Um caractere é representado por um ponto ou um conjunto de pontos destacados
em relevo na mesma célula, de forma manual ou através de máquinas apropriadas.
As letras de “a” até “j” são representadas pela combinação dos
pontos 1, 2, 4 e 5. As letras de “k” até “t” são obtidas acrescentando-se o
ponto 5 na formação em relevo. Vide Figura 2
Figura 2 |
As letras seguintes (u, v, x y, z) são obtidas acrescentando-se o
ponto 6 na formação em relevo das letras: k. l, m. n. o. Vale ressaltar que a letra
“w” não segue o mesmo padrão, pois foi incluída ao alfabeto em uma data
posterior. Ela é representada pelos pontos 2, 4,5 e 6 em relevo.
A letra maiúscula ou em Caixa Alta é indicada por outra célula
precedente com os pontos 4 e 6 em relevo. Se a palavra inteira estiver em caixa
alta, ela deverá ser precedida por duas células com os pontos 4 e 6 destacados.
As letras acentuadas utilizadas na gramática da língua portuguesa
são representadas por outras combinações e a sequência de pontos representada
na Figura 2 (de “a” até “j”) é também utilizada para representar os números de
“1” até “0”.
Para evitar confusão na leitura em braile, cada célula representativa
de um número é precedida de outra célula com a sequência 3, 4, 5 e 6.
Por exemplo, número 10 é formado por três
células na sequência:
Primeira célula: 3, 4, 5 e 6
Segunda célula: 1
Terceira célula: 2, 4 e 5
No Portal do MEC encontra-se à disposição a Grafia Braille para a
Língua Portuguesa.
Conforme a ADEVA, Associação dos Deficientes Visuais e Amigos, a
primeira etapa para ler em Braille é o domínio da escrita, seja utilizando a
reglete ou a máquina de escrever. Para tanto, ele deve memorizar as posições
das letras em relevo e praticar até conseguir razoável velocidade.
Quando for vencida a primeira etapa, o aluno deverá desenvolver a
leitura tátil, utilizando, de preferência, o dedo indicador da mão direita,
mantendo sempre uma postura adequada.
A reglete tradicional é uma ferramenta para escrever em Braille. Com uma folha de sulfite (120 Gr) encaixada no lado interno da reglete e uma punção (ferramenta pontiaguda), o aluno poderá criar pontos em relevo em células braile, cada qual representando uma letra ou um número.
Como a pressão é exercida pelo lado contrário para a leitura, o
aluno deverá inverter a posição das colunas, ou seja: na escrita, a primeira
coluna compreende os pontos 4, 5 e 6. Ao virar a folha para a leitura, a
primeira coluna ficará na posição 1, 2 e 3.
Escrever da direita para a esquerda e inverter a folha ao ler
parece confuso para alguns estudantes. Então, foi desenvolvida a reglete
positiva onde a escrita segue o mesmo padrão da leitura. Quando ocorre a boa
memorização dos pontos em relevo, pouco importa a posição da escrita. O treino
é importante para desenvolver a habilidade.
Atualmente, os deficientes visuais utilizam outras ferramentas em
seu processo de alfabetização, destacando-se a informática. Os softwares
Leitores de Tela e os Sintetizadores de Voz estão promovendo a inclusão de
milhares de pessoas ao redor do mundo.
Em função da pouca oferta de livros atualizados em braile, muitos
alunos utilizam áudio livros em seu estudo. Embora seja um método eficiente, sugerimos
como complemento a escrita e leitura em braile.
Acreditamos que o domínio da língua pátria é essencial ao desenvolvimento
de uma nação.