segunda-feira, 21 de maio de 2018

Nikolai Gogol


 Nikolai Vasilievich Gogol (1809-1852), escritor de origem ucraniana, considerado o introdutor do realismo na literatura russa e precursor de grandes escritores, como Dostoiévski, que afirmou: "Todos nós saímos de O Capote de Gogol".

Ele era filho de um pequeno proprietário de terras na Ucrânia e em sua juventude, demonstrava interesse em escrever peças teatrais. O pai havia sido um antigo oficial cossaco, com grande gosto pela literatura. A mãe possuía uma grande fé religiosa, influenciando Gogol em um misticismo doentio.

Em 1829, Gogol vai para São Petersburgo e encontra um modesto emprego de escritório ministerial. Na mesma época, ele conhece Alexandre Púchkin, o maior escritor russo da época. A inspiração em suas obras veio de Púchkin, da nostalgia de sua terra natal, de seu trabalho repetitivo e das observações sobre o comportamento humano.

Após dois anos (1831), ele publica sua obra de estreia, “Noites na Herdade de Dikanka”. Desde muito cedo, revelava sua complexa personalidade. Demonstrava preocupações místicas, religiosas e patrióticas. Defendia a verdade e sua obra era considerada moralista.

Não participava da política, mas defendia a condição humana, considerada trágica e prisioneira de um regime, que fazia da Rússia um país desigual e repleto de injustiças.
Denunciava os vícios e abusos no interior da alma humana, humilhada e atravancada de emoções contraditórias.

Ainda tentou o magistério e escrever uma história da Ucrânia. Mas, ele permaneceu na literatura e em 1835 publicou duas novas obras, “Mirgorod” e “Arabeski”.

Concluiu “Revizor”, “O inspetor-geral”, uma comédia em que satirizava a corrupção dos funcionários públicos, provocando forte reação dos burocratas e burgueses.
A morte de Púchkin no ano de 1837, em um desinteressante duelo, abala Gogol e desperta o seu interesse em concluir a obra inspirada por seu amigo, “Almas Mortas”.

No ano anterior (1836), Gogol já havia partido para uma longa viagem pela Europa. Na cidade de Roma, concluiu o primeiro volume do romance “Mertve duchi” em 1842. No mesmo ano publicou o conto “Shinel” e deu sequência ao romance “Mertve duchi”.

Regressa à Rússia com um misticismo religioso acentuado e propenso a abandonar as antigas ideias liberais e se tornar um defensor da autocracia. Redige a segunda parte de Almas Mortas, mas seu estado físico se ressente de sua profunda melancolia. Sempre almejou uma nova ordem que não sacrificasse a condição humana.

Em 1852, num momento de delírio, ele queima todos os seus manuscritos inéditos, incluindo a conclusão de Almas Mortas. A obra retratava com ironia a corrupção de uma classe decadente que explorava uma população ignorante e escrava do Estado.

Em seus últimos anos, era considerado um radical defensor da religião ortodoxa e, nesse período, publicou “Vibrannie mesta iz perepiski c druziami” (1847).

Em Moscou, Gogol foi rejeitado por liberais e por conservadores, falecendo nessa mesma cidade, envolvido em misticismo e em profunda crise emocional.

Sua nacionalidade foi motivo de polêmica, pois a cidade natal fazia parte do Império Russo e atualmente pertence à Ucrânia.  Muitos dos seus trabalhos foram influenciados pela tradição ucraniana, mas Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa.
O livro “O Capote” foi escrito em 1842, primeira metade do século XIX.
Principais obras:

Romances: “Almas Mortas” escrito em 1842; e “Tarás Bulba” em 1835. 

Contos: “Noites na Granja ao pé de Dikanka” escrito em 1832;
“Mirgorod” em 1835; “Diário de um Louco” em 1835; “O nariz” em 1836; e “O Capote” em 1842.
 Peças de teatro: “O Inspetor Geral” escrito em 1836; “Zhenitba” em 1842;  e “Os Jogadores em 1843.