segunda-feira, 16 de abril de 2018

Fiódor Dostoiévski



Fiódor Mijailovich Dostoievski, escritor russo com destacadas obras literárias no cenário internacional, como: “Os Irmãos Karamázov”, “Crime e Castigo” e “O Idiota”. Em seus livros, o autor  expõe com maestria os valores que condicionam a vida do ser humano. Os temas abordam o comportamento do homem perante a humilhação, incompreensão, sentimento de culpa, suicídio, entre outros.

Nasceu em 1821 na cidade de Moscou, Russia e foi o segundo de sete filhos de um médico que participou dos exércitos que confrontaram Napoleão. Morava com a família no mesmo prédio onde funcionava um manicômio, em frente ao cemitério, onde os presos condenados eram executados.

Em 1832, seu pai adquiriu propriedades e empregados. Tornou-se o responsável por duas aldeias e cerca de cem pessoas, na província de Tula, poucos quilômetros de Moscou. Ele era considerado um homem déspota e brutal, cultivando inimigos ao longo de sua vida.

A educação de Dostoievski foi influenciada pela forte presença do seu pai e sua proteção estava na figura materna, que perderia de forma prematura. Nessa época, seu pai se entregou à bebida e ele foi enviado para a Escola Militar de Engenheiros em San Petersburgo, onde desenvolveu a paixão pela literatura.

Sua primeira crise de epilepsia ocorreu aos 17 anos, quando ficou sabendo que o pai fora morto por seus camponeses. Continuou seus estudos e concluiu a academia, mas dedicou-se a literatura e tornou-se um excepcional escritor. As suas obras eram consideradas realistas e continham a análise psicológica das emoções humanas, influenciando muitos escritores dos séculos XIX e XX. 

No primeiro romance, “Pobre Gente” de 1846, o autor relata a história de um humilde funcionário público e sua relação com o amor. O livro foi bem elogiado pela crítica, pois acrescentou a dimensão psicológica ao analisar o comportamento de pessoas pobres e as ocorrências que podem envolver os relacionamentos.

No segundo romance “El Doble” (1846) e em outros esboços e histórias escritas nos três anos seguintes, Dostoievski continuou a abordar a temática relacionada à humilhação e ocorrências que envolvem o comportamento de pessoas humildes.

Um ano após publicar o primeiro livro, ele passou a frequentar reuniões de grupos considerados subversivos pelo governo e em 1849 a carreira foi interrompida.


Era um grupo de jovens intelectuais que debatiam as teorias de escritores socialistas franceses e que foram banidas da Rússia czarista de Nicolau I. O grupo foi preso em dezembro de 1849 e os jovens foram levados para a execução. No último momento, a pena máxima foi substituída pelo exílio. 

Dostoievski foi condenado a quatro anos na Sibéria e alistado como soldado no exército russo. Sofreu com a epilepsia por toda a vida e por ler a Bíblia na prisão passou a rejeitar o ateísmo socialista ocidental e valorizar as ideias éticas e possibilidade de salvação.

A rotina brutal entre os detentos mesclada com gestos de generosidade e nobre sentimentos contribuíram para aprofundar o seu conhecimento da complexidade do espirito humano. Libertado em 1854, foi enviado à Mongólia, ficando por cinco anos sem permissão para voltar a San Petersburgo.

Os livros "Memórias da Casa dos Mortos" (1861) e "Memórias do Subsolo" (1864) são escritos com base em suas experiências no cárcere.

"O Idiota" de 1868, foi baseado em um fato real de maus tratos. Na sequência escreveu “Os Demônios", livro inspirado no caso de um jovem assassinado por um grupo radical. 

Em 1866 escreveu o romance "Crime e Castigo" e em 1880, um ano antes de falecer, publicou “Os Irmãos Karamazov”. Diversas obras foram escritas nesse intervalo e cada qual descreve os  seus sentimentos e experiências. 

Suas obras merecem uma reflexão, principalmente nesse triste momento de nossa história. Veja também: L&PM Editores