Escrito em 1880 por Dostoievski, retratando a história de
Fiódor Pavlovitch Karamázov e sua complexa relação familiar.
Fiodor, um homem sem os adequados valores éticos e
morais, casa-se com Adelaída Ivanovna, filha de família aristocrática.
Com o passar dos meses ela desenvolve um profundo
desprezo pelo marido e, após o nascimento de Dimitri, foge com um seminarista
sem dinheiro e sem o filho.
Para comemorar a fortuna deixada pela mulher, Fiodor Pavlovitch
monta um harém em sua casa e o filho é esquecido e criado por um dos seus empregados.
Com o falecimento de Adelaída, Dimitri é entregue a Pyotr
Alexandrovitch Miusov, primo de sua mãe, mas logo se afasta e entrega o garoto
a outro primo.
Após algum tempo, Fiódor Pavlovitch casa-se com Sófia Ivánovna
e nascem dois filhos, Ivan Fyodorovich Karamazov, e Alieksiêi Fydorovich
Karamazov. Como Adelaida, Sofia também padece com os maus tratos e humilhações,
vindo a falecer em seguida.
Assim que soube, a antiga tutora de Sofia levou os
garotos e os manteve sob a sua guarda até a sua morte.
O autor descreve em detalhes a desregrada vida de Fiódor
Pavlovitch e as primeiras desventuras de Dimitri, Ivan e Alieksiêi. Nessa trama
ainda surgiria um quarto filho.
Os capítulos seguintes são destinados aos irmãos Karamázov.
Dimitri também leva uma vida desregrada e almeja completar a maioridade e
buscar sua parte na herança deixada por sua mãe. Ivan destaca-se por sua
inteligência e raciocínio lógico. Alieksiêi, diferente dos irmãos, é uma pessoa
gentil e muito bondosa.
O quarto irmão é Pavel Fyodorovich Smerdiakov. Foi criado
pelos empregados da casa e nasceu após Fiódor Pavlovitch estuprar uma mulher
doente. O jovem sofre de epilepsia e oscila entre a servidão e a maldade.
Dimitri ainda se envolve em um triângulo amoroso; é apaixonado
por Grushenka e noivo de Catierina Ivanovna Verkhovtsev. Ao reivindicar a sua
real participação na herança da mãe, recebe a negativa do pai.
Para sua surpresa e revolta, ele ainda descobre que o pai
usou o dinheiro para tentar seduzir Grushenka e o ameaça em público. E as
desavenças ganham novos contornos e a tragédia familiar se aproxima de um
desfecho.
Com maestria, o autor descreve os seus personagens em um
círculo de intrigas, culminando com a degeneração familiar.
A narrativa envolve o leitor em um profundo debate de
ideias, destacando-se as relações sociais da época, o livre arbítrio, o
niilismo e o ateísmo.
Vale a pena ler e reler.