domingo, 25 de março de 2018

Niilismo


 Posição filosófica que nega os princípios religioso, social e político, considerando que a existência humana é desprovida de propósito ou de uma explicação verificável.

Os niilistas desconsideravam os preconceitos e suas realizações não estariam ligadas a coisas inexistentes. Não se tratava de pessimismo ou falta de crença e sim estar preparado para novas opções.


Os filósofos distinguiam o niilismo positivo, aqueles que apresentavam novas ideias, do niilismo negativo, ou seja, aqueles que compartilhavam ideias de negligência e destruição.

Como expressão política, o niilismo está relacionado ao anarquismo, por rejeitar a hierarquia e autoridade.

Com o declínio desse movimento, o termo passou a ser empregado como referência de grupos mais radicais e aqueles que não apresentam sensibilidade moral.

O termo foi utilizado pelo filósofo alemão Friedrich Heinrich Jacob em 1799, mas o movimento niilista nasceu na Rússia do século XIX, quando era governada pelos czares.

Seus precursores no campo do conhecimento são Feuerbach, Darwin, Nietzsche, Henry Buckle e Herbert Spencer.

Em alguns países, o movimento niilista cultural participou de grupos políticos que apregoavam a abolição do Estado. Também foi associado ao movimento punk, que defendia autogestão e  criticava a Igreja.

Em suma, o Niilismo exalta a concepção materialista e positivista. Pretende retirar do Estado, da Religião e da Família a capacidade de regência e está presente em diversas áreas do conhecimento humano e nas relações que envolvem a ética e a moral.

A prática russa rejeitava a Divindade, a essência espiritual, a existência da alma, ideais, preceitos e princípios absolutos.  Não aceitavam o mundo povoado pelo mal, pela riqueza, por tudo que representasse as esferas da arte, da metafísica e da religião.

Os esforços deveriam se voltar para a luta dos trabalhadores contra a opressão, ilusões supersticiosas e as ideais preconcebidas.

No livro de Dostoievski, “Os Irmãos Karamázov”, podemos observar o pensamento niilista e o confronto de ideias com o ateísmo.